Poetas de Lisboa…
Vejo por aí os poetas,
em letras de fraca ousadia.
Falam de Lisboa, de ruas
sem vida, ironia!...
É esse estar sem passar,
essa dormência sem ver…
As ruas desta cidade, o
passado a acontecer.
Vejo por aí os poetas
sem o intento que procurei.
Falar da cidade com luz
em versos sem qualquer rei.
Limitada é a alma com
receio do que não vê.
Nem as calçadas entendem;
o porquê!
Vejo por aí os poetas,
escrever dos sonhos em cruz.
Quando a morte ordena
que o presente seja de luz.
E as ruas desta Lisboa, cheias
de sombras sem vida.
Sejam o eco da
esperança, na mais larga avenida.