quinta-feira, 26 de julho de 2018

Diques...


Sabes…aquela nesga de céu que ilumina a alma.
Pode ser de um cinzento cor de chumbo.
Pode ser de um azul marinho e cintilante.
Até pode ser afogueada pela cor do enxofre
Mas será sempre a clarabóia para a eternidade!...

Por isso: não te canses naquilo que é supérfluo.
Deixa que o rio faça o seu percurso,
os diques são o suporte das águas,
mas… vem a tormenta e arrasa a estrutura.

E é a resiliência do castor quem constrói a esperança!


sexta-feira, 13 de julho de 2018

Simplesmente…


Até ao pequeno instante em que o ser hesita
sobrevive a certeza absoluta:
Nada é constante, a não ser… o amor.
Mas se o sopro é uma restia.
O segundo é explendor!

Serás tu a mistura exótica nos confins da certeza.
O perfeito sentir…. A explosão do átomo…
Ou serás, simplesmente… um desejo inventado.

Não sei; nem pretendo entender
se o que move a vontade
é o destino a correr.
Ou se é simplesmente o ego a sofrer.





quinta-feira, 12 de julho de 2018

E se um dia…


Porque cedo ao silencio se ele é viral.
Até o piar dos pássaros é silencioso.
As paredes são velhas e as ruas vazias
recordam aquilo que acho esquecer…
Perdem-se os passos nas pedras frias
e a lua é a única companhia
Mas… é branca e fria!
Como fria é a cama que os ossos acolhe.
Como frio é o vento que me faz temer;
e se um dia ignorar o silencio:
Será que o tempo continua a correr.




Eternidade…


Quero, porque, quero!...
Sentido algum.
Mais hoje e amanhã o rodopio…
Corre… corre atrás do tempo enviesado.
Deixa… tudo é complicado.
A alma, o tempo, não passa de fado.
Tudo é nada e muito é nenhum.
Quero, porque, quero!...

Que a alma voe na madrugada.
O choro se perca na valeta.
E a saudade pernoite na eternidade.



Suplica…


Sou um pequeno grão solto no vento
Mas o vento é dubio no seu redopio
Qem sabe se o tempo fosse eterno
Do pequeno grão brotasse o ser

De mão estendida imploro à vida
Que seja breve depois da curva
Não vá o vento entorpecer.



domingo, 1 de julho de 2018

Voltarei…


Quando o dia raiar e o sol sussurrar
todas as palavras de amor
que a alma esqueceu.
As palavras voam pelos telhados:
Já amanheceu!

Por onde andaste
pergunta pertinente
criança esquecida
trancada pela vida

Sonhos saqueados à nascença
como todos os poetas sou utópica
e as cicatrizes
são as páginas rasgadas
de um livro sem futuro.

Quando o dia raiar e o sol sussurrar
voltarei…
Que me esperem os poemas
aqueles, que sem saber
Inventei.



O teu gosto…


Quisera o som do desassossego
a memória em dias claros
a saudade ou aconchego
tão perto e tão longe
a madrugada.

Quisera, porque, não, a melodia
que as cigarras cantam
noite fora
a certeza tanto é mãe
como madrasta
e a estrada pode ser a desventura
de um dia tórrido.

Quisera meu amor
a tua voz
soletrar o meu nome
devagar
a ausencia vida fora
além do tempo
o teu gosto
um eterno recordar.



Ruído...


Recordar é
meio caminho andado
a vereda sem recuo.
Nem sempre é passo largo.

Depende da saudade ou desapego.

Quando o ruído é tudo o que resta
aos sentidos embriagados
pelo som do recomeço.



Poesia Falada.