quinta-feira, 22 de novembro de 2018

És o que pensas…


Olham com estranheza a mão gélida e nua.
A lágrima que cai até pode ser rude.
Mas os receios que vence são muralha.
E na garganta um grito rouco é instante.

Tu, que esperas do ar que borbulha na água.
Do vento que corta a serra e do verde…
Estampado nos olhos de alguém. Crua!...
É a ilusão. Um pouco das duas… é magnitude.

Pois será a força um pau de dois bicos.
Será o receio um lago frio e pantanoso.
Serão os olhares enganadores ou acríticos.

Serás o extremo um pouco ansioso…
Não… és o que pensas em tempos sucintos.
Só ao tempo deixas o seu olhar ardiloso.



Grito de liberdade…


Questiono sem resposta, a sua origem.
Pergunto e torno a perguntar ao silêncio.
Se o obscuro e esta negra fuligem.
é fruto da mente ou apenas, compêndio.  

Passa por mim em ansiosa vertigem!...                                                             
Uma nuvem negra e com ela o mistério.
Há esqueletos envoltos na fuligem
O que leva a pensar: este caso é sério!

Questiono sem resposta, ou só eu atento…
As trevas do passado estão vivas e pairam.
Enquanto a terra chora no meu Alentejo.

O medo é sempre um pássaro agoirento.
Então: porque temem, tronos que ruíram...
Se um grito de liberdade é nascimento!




sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Devo estar louca...


Que tempo é este… que pomposo… o homem.  
Herói de um dia; rufia logo a seguir!…
Exímio o jogo da dita, os lobos absorvem
a dignidade. Inquiro: o que está para vir.

Num tempo diagonal e de passagem
Parca a igualdade num meio sem sentir
Os jornais advertem… olha a miragem.
Enquanto as massas se limitam a sorrir.

Devo estar louca!... Louco é o poeta, insano.
Mais louco é o meio que o rodeia e ainda assim:
Os lobos copulam ao sol, mano a mano!...

Com a dignidade, em paridade… e por fim…
Um ninho de vespa bate asas e o destino
é a cruzada num país de farto festim.



terça-feira, 13 de novembro de 2018

Núcleo…


Voa pensamento!...
Percorre caminhos intangíveis
toca corações amargurados
e leva nas asas um sonho alado…

Explode com o gelo permanente
aquele; que embacia a janela
da alma.

Corre… mas não esqueças ao correr
que atrás ficou o núcleo.
Nele nasceste e nele morrerás!



Poesia falada, Mulher Alentejana.