terça-feira, 29 de junho de 2021

Nirvana...


Se os dias que passam são a estrada.

Triste de quem olvida o brilho do sol.

O Verão e o Inverno dos dias são enxada.

O frio e o calor são do tempo o lençol.

 

A terra está sentida e ao núcleo atracada,

uma sacudidela em jeito de paiol.

Os polos derretidos, no degelo retirada…

a esperança do futuro. Oceano sem farol.

 

A inercia absoluta e a avareza insana.

Nem sequer veem o planeta a chorar.

Os peixes a morrer, o mundo a afundar.

 

Ó sorte de abismar, loucos sem altar.

História gaseada, se ela não se engana…

A infeliz avidez não passa de nirvana.





2 comentários:

  1. Boa tarde Antónia, tomei a liberdade de partilhar este poema na Folha de Montemor, edição 401 de Outubro/2022., na rúbrica "Poetas do Almansor".
    Não esqueci de referir os devidos créditos, como sempre.
    Beijinhos
    Manuel

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Poesia falada, Mulher Alentejana.