terça-feira, 16 de abril de 2019

Limite...


Quando o tempo te afirma que está no limite.
Que a força imposta é usurpada sem virtude.
Que a onzena é servil engasgar que omite.
Uma realidade ancilar e o (copo) só ilude.

Quando tudo te diz que a essência é calcite.
Mineral dissolvente em águas sem açude.
Que o esforço é supremo e o dia é enfeite.
Que a quimera é cega… Definha sem atitude.

Quando tudo te diz além está o momento...
Ao virar a página… O caminho é a meta.
Os tempos são ocres, o proveito é cinzento.

Quando tudo te diz que o fado é faceta.
Estultificada pelo inexato argumento...
É porque tudo é (perfeito) e o meio… Proxeneta!




quinta-feira, 4 de abril de 2019

Ilusão de que sei…


Leio os poemas de vidas; Inertes.
Penso comigo…
Como comungam as dores.

Leio os poemas sem vida.
Interesse extraviado.
Despidos dos outros.
Retalhos de auto estima.
Impressões, fundamentações Inacabadas,
ao alheio.

Leio os poemas e escrevia tudo ao contrário.
Atrevimento de quem se acha, (im) Perfeitinho.
Leio os poemas…
Os poemas dos outros

e releio em mim a dúvida.

Dúvida!...
Indevida.
Palavra singular cujo significado…
Vacila.
Dúvida; de quem é a dúvida
sem fazer melhor.
Leio os poemas com olhos, cegos.
Cega na ilusão de que sei.



Sou um ser campestre…


O silêncio suporta no colo a incerteza.
Os dias; de um desapego astuto, são
grinaldas de flores, murchas, pela destreza
com que omito a saudade no coração.

Dizem as horas que na correnteza
correm percalços e a imaginação…
Do que era, do que não foi!... A frieza
está no vento… já não corre de feição!

Que é feito de ti nessa colina, agreste.
Que são dos teus passos na urbe, eterna.
Que é da minha alma… Sou um ser campestre.

Perdida num labirinto, ou numa esquina;
busco a paz que não tenho, omito o cerne…
Quem me rouba esta esperança, franzina.




Poesia falada, Mulher Alentejana.