quarta-feira, 4 de abril de 2018

Esquina...


Rendilham os dias em desaire.
Até o azul perdeu o brilho. Escuro
é o reflexo das luzes a céu aberto.
Enquanto os amantes se esquecem de amar!

Não sei se o sol é uma estrela no universo
ou se a lua é um satélite naufragado.
Já que os corpos tremem ao sol
e as mãos esquentam a noite,
enquanto dedilham uma espécie de fado.

O fardo não está no lapso, está no desejo!
Qualquer isco é um batom vermelho.
A alma é uma corda bamba, nua e fria…
Numa rota deslavada um trinar amargurado.
Perde-se na calçada. Amanhã: um novo dia,
a mesma correria, mãos e corpos amontoados.
Não!... Não é poesia, não é musa, nem cupido.
É a sina que passa em brado…
Numa esquina qualquer!




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Poesia falada, Mulher Alentejana.