terça-feira, 9 de junho de 2020

Um verso à farpela, ou para a farpela…


Quem te disse que a roupa só é a manta do corpo?
Penso nisto noite dentro, nas horas de maior frio.
Desconheço a certeza ao nascer do sol, parada no oposto,
na ignorância traiçoeira que te envolve como um rio.
De mágoas desgarradas pelo desconhecimento vazio.
Quem te disse que a roupa é só a manta do corpo?

Quem te disse que o meu sorriso é apenas isso?
Leviana tentação que te mantém no mesmo sítio.
Mesmo que o olhar seja no mínimo, mortiço…
Que os trapos que te tampam sejam o Suplício…
De brocados lavrados como remendo cavadiço.
Quem te disse que o meu sorriso é apenas isso?

Se não vês que a ocasião nem sempre salva a indumentária.
Que um sorriso pode ser a certeza disso mesmo.
Que a roupa que te tapa nada mais é que diária.
Mesmice sedenta sobre o corpo e está claro…
Que quem olha mais além é quem segue a luminária…
Que a tua alma denota na farpela imaginária!




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Poesia falada, Mulher Alentejana.