quinta-feira, 7 de março de 2019

Rasguem os sorrisos...


Sei que até olhas numa transparência muda,
silenciosa e ardilosa no acto de descomprimir
sei que até olhas um espelho frio de medusa;
ó de lusa, alma singela, ira que incita ao fingir.

Não é bela a vida “Bela” de uma vida imunda.
Como é breve o grito “Breve” de ossos a partir
Como é fria a mortalha. Extensa e confusa
a ironia. Oito de Março o fracasso no sentir!

Rasguem os sorrisos, as flores, os chocolates.
Olvidemos mariposas e melodias, neste dia.
Mas não virem a cara ao flagelo. Quem diria!...

Que aos pés tombam soltas as lágrimas e a heresia
e o sudário que cobre de preto todas as bondades.
É o silêncio que peca, nega e admite barbáries.




1 comentário:

  1. Incrível e admirável, na criatividade e no impacto. A poesia é uma arte muito difícil, mas acontece. Parabéns!

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Poesia falada, Mulher Alentejana.