sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Os pesos da alma...

 

Se amanhã de manhã uma luz pairar

nos olhos de alguém que não sabe ver.

Direi que são clarões prestes a quebrar

as sendas diárias, um riacho a correr…

 

Se pela tardinha o cego cantar.

Uma triste canção e no estribilho o ser,

der o lamiré a quem estiver a escutar.  

Só sei que a virtude lhe roubou o ter.

 

Os pesos da alma tem um pouco de tudo.

Bem sei que o sol também descora a vida

mesmo que o cego esteja desnudo.

 

Que ténue refrão numa rota despida.

Se é nas vielas que se perde do mundo.

Se até o amor morre na sombra tingida.


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Poesia falada, Mulher Alentejana.