segunda-feira, 10 de junho de 2019

Dez de Junho...


Não sei de caravelas nem de gigante.
Perdeu-se a vontade e até a saudade
é uma certeza cruel, sentir gritante,
imunidade num tempo sem verdade.

Dizem, sei que dizem que a realidade
não é desejo, nem solfejo. O mar é gente.
É fado!... Ou então deve ser semelhante
à cova rasa de onde emerge a fria sorte.

Povo de pés descalços. Olhar de frente…
Grita, grita como quem beija. Mas cala!...
Calas como quem chora, povo emergente.

Não sei… ou sei… e saberei, novamente.
Que hoje, Dez de Junho, o grito é a alma
tresmalhada, remando contra a corrente.



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Poesia falada, Mulher Alentejana.