quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Um momento…


Não vejas em mim o vazio.
Sou um riacho escondido no ventre da terra.
No caudal transporto mil sonhos
e nas margens a orla do pensamento inferior.
No fundo, sou um poço sem fundo!
Um tormento, um momento...
Passageiro, como efémera também pode ser a solidez
da voz. Na memória dos que não tem estuário.
Não sei de mim, mas sei que o instante flui.
Transborda e revive o impossível.
Abre alas através da corrente
onde borbulha a dor e o amor…
Em pé de igualdade!



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Poesia Falada.